Naval - Benfica: Palmas à chuva
O árbitro apitou para o final e, num gesto automático, comecei a bater palmas. Fiquei incrédulo comigo mesmo. Afinal, eu, que sou a pessoa mais crítica do mundo em relação ao Benfica (no fundo, a minha forma de expressão de amor por este clube - além da escrita - é tentar encontrar qualquer defeito para que se possa corrigir) e que passei o tempo todo antes do jogo a dizer que para se ser Campeão é preciso ganhar todos estes jogos dificeis (sem os craques, sem a motivação dos clássicos ou dos jogos europeus, à chuva e com pouco público...), dei por mim a contradizer-me batendo palmas como se de uma goleada se tratasse.
A questão é que este Benfica tem entrega e garra. Sofre um golo e sente-se ferido no orgulho. Tantos anos depois, noto espírito de equipa, união entre os jogadores e comunhão com os adeptos. Este é o meu Benfica. (E antes que me ataquem por eu sempre ter sido - e continuo a ser - um acérrimo Trapatonista, tenho-vos a dizer que a consistência desta defesa tem uma alcunha gravada: "Velha Raposa".)
Já me zanguei com derrotas, com azares, com faltas de entrega, com bolas ao poste... Mas sábado não consegui. Porque ali estava o meu Benfica, no sentido em que senti que não podia exigir mais aos rapazes.
Já não ia à bola desde o Dragão - este ano vai ser complicado, leitores... - e não há nada como uma chuvada para "animar a malta". À "velha maneira", num estádio sem grandes condições (os do euro 2004 dão sempre aquela sensação que vem cá os Bulls e não uma equipa de bola), os que verdadeiramente amam isto estavam lá a gastar a garganta.
Haverá maior prova de amor do que abdicar de um sábado à noite (nem que com intervalo para ver a bola na TV) para fazer kms só para cantar pelo nosso clube à chuva? Que se lixem os poemas, as declarações, o Romeu e a Julieta e todas as tretas hollywoodescas. Amar é isto.
Força Benfica!
A questão é que este Benfica tem entrega e garra. Sofre um golo e sente-se ferido no orgulho. Tantos anos depois, noto espírito de equipa, união entre os jogadores e comunhão com os adeptos. Este é o meu Benfica. (E antes que me ataquem por eu sempre ter sido - e continuo a ser - um acérrimo Trapatonista, tenho-vos a dizer que a consistência desta defesa tem uma alcunha gravada: "Velha Raposa".)
Já me zanguei com derrotas, com azares, com faltas de entrega, com bolas ao poste... Mas sábado não consegui. Porque ali estava o meu Benfica, no sentido em que senti que não podia exigir mais aos rapazes.
Já não ia à bola desde o Dragão - este ano vai ser complicado, leitores... - e não há nada como uma chuvada para "animar a malta". À "velha maneira", num estádio sem grandes condições (os do euro 2004 dão sempre aquela sensação que vem cá os Bulls e não uma equipa de bola), os que verdadeiramente amam isto estavam lá a gastar a garganta.
Haverá maior prova de amor do que abdicar de um sábado à noite (nem que com intervalo para ver a bola na TV) para fazer kms só para cantar pelo nosso clube à chuva? Que se lixem os poemas, as declarações, o Romeu e a Julieta e todas as tretas hollywoodescas. Amar é isto.
Força Benfica!