Tuesday, March 25, 2008

Piadinha de ocasião

Parece que houve um tipo que casou em alvalade.
À noite falhou os penalties todos.

Tuesday, March 18, 2008

Just like the wrestling

A propósito disto, lembrei-me da frase de Bobby Fischer acerca da corrupção do xadrez e que se aplica perfeitamente:

Just like when you go to watch a wrestling match, right? Saturday night wrestling. They are very good wrestlers, but anybody with half a brain knows it's almost all prearranged.

Saturday, March 15, 2008

Benfica - Leiria/ Getafe - Benfica: sem espaço

A equipa mais medícore dos últimos tempos, sem alma, com menos vontade de jogar à bola que miúdos de 5 anos, mata-me lentamente. Tento sempre acreditar e ter fé e dizer "É hoje que jogamos à bola.". Na quarta feira acho que levei o tiro mortal desta época. Dei por mim, durante o jogo, a fugir recorrentemente para uma imagem bonita. Em alvalade, a equipa, com respeito, veio ao nosso sector e fez-nos a nossa saudação, a vénia do 11 de vermelho, só ao nosso sector. Foi das poucas imagens de respeito pela camisola desta época. Das únicas, mesmo.
Dou por mim a pensar numa crónica de Duda Guennes, fabuloso cronista d`"A Bola", que citou uma vez alguém e escreveu esta coisa linda (com sotaque brasileiro):

A arte do amor está, como no futebol, em abrir espaços onde não há.

O meu drama é que este Benfica não dá espaço nenhum.

Monday, March 03, 2008

6 anos em alvalade (como isto mudou)

Com os meus cumprimentos ao D`Arcy, um dos Tertulianos.

Foi o meu sexto derby consecutivo em alvalade, sempre na bancada Benfiquista. Em 6 anos a seguir o Benfica (nem sempre com uma fidelidade por aí além ou que justifique o título deste blog), foi a única deslocação que nunca falhei.
Tudo começou na época 2002/2003. Era a primeira vez que ia pisar o terreno dos velhos rivais. Para um caloiro, para alguém que não fazia a mínima ideia do que era uma claque, a deslocação foi um conto de fadas. A concentração na velha Catedral foi óptima e quando os No Name passaram à frente da sede dos Diabos, deu-se uma confraternização que marcou alguma quebra da tensão com que se vivia na altura. O caminho para o estádio foi maravilhoso, como se de um passeio se tratasse. Lembro-me bem de termos discutido todas as frases antes e de termos tido respostas para tudo o que eles levantavam. Zahovic e Tiago marcaram e fomos altamente superiores. Cheguei a casa como a pessoa mais feliz do mundo.
No ano a seguir, numa tarde de sol, lá fui outra vez. Senti de imediato a diferença que o Euro 2004 nos trouxe. Éramos terrivelmente menos. As grandes invasões (e eu nem imagino o que terá sido o caminho da Luz a alvalade a 14 de Maio de 1994) tinham acabado. Ainda assim, rodeados da mística que a morte de Feher, foram os melhores 20-30 minutos que vi da curva vermelha. Quando DV e NN coincidiram, foi uma loucura que culminou com o golo de Geovanni. Foi um dia à Benfica, cuja melhor imagem foi o festejo de Álvaro Magalhães.
Nos dois anos a seguir, levei 2-1. No primeiro, foi o regresso do meu amigo Isso me envaidece... de Barcelona e a minha fé inabalável no Trapattoni. Percebi que se nem perdendo o derby eu contestava o senhor, nada mo faria fazer. E ainda bem que, em certas coisas, sou teimoso como a Velha Raposa. 2005/2006 foi marcado pelos célebres confrontos de Telheiras. Nesse dia, vi com os meus olhos como toda a "cena" tinha mudado. No espaço de alguns anos, o cortejo mais pacífico do mundo passava para uma inacreditável incompetência da polícia e uma chuva de pedras e muitas histórias de internet. Mas mais que isso: com o passar dos anos, os cachecóis e as t-shirts dos grupos foram desaparecendo e ficando em casa. Apareceram as roupas de marca, os bonés, os grupos mais pequenos que procuram os outros grupos pequenos. A influência do Euro 2004 no seu esplendor.
Farto de perder no estádio dos queridos inimigos, o ano passado foi uma delícia. A concentração respirava confiança e o cortejo foi dos mais divertidos que fiz (muito por culpa das pessoas que me deram o megafone e me fizeram dizer as expressões "CSKA", "Moscovo", "Peseiro", "E você, esteve na final da Uefa?" vezes demais). Os 0-2 souberam-me a pouco. Mas esse foi o meu derby. Houve também a concentração de skins propositadamente marcada para esse dia. As coisas foram sempre subindo de tom, paulatinamente.
Este ano, a chegada ao estádio foi a mais complicada dos últimos 6 anos (no ano de Telheiras a entrada para o estádio foi pacífica, antes é que não). À minha frente, cai uma garrafa de cerveja. Não estou sequer prevenido, pensava que isto era alvalade. Imediatamente, o gajo à minha frente responde: acende uma tocha e manda-a para o meio dos lagartos. É logo apanhado. Na entrada, nota-se que os polícias estão ainda mais tensos que o costume. Empatámos 1-1. Soube-me a pouco. Faltou-me o golpe de teatro à Geovanni ou a superioridade clara do número 30 de Tiago ou Miccoli.
As coisas estão muito diferentes, desde que comecei a ir à bola. É-me quase embaraçoso a maneira despreocupada como antes andava com uma t-shirt dos DV em dia de derby. A maneira como não me preocupava. Ontem, o tema das facadas era recorrente e atrevo-me a dizer que os cachecóis raros. Eu, por exemplo, não levei.
Se o derby de Lisboa tem qualquer coisa de imutável, o facto de o seguirmos sempre também nos pode, paradoxalmente, fazer reflectir como observadores externos. Ontem, com o F. e o T. antes do jogo, a olhar à volta, percebi como o mundo dos adeptos deu uma volta em seis anos. Como as coisas mudam, apesar da paixão ser a mesma.
Dia 16 de Abril há mais.