lagartos - Benfica: ensaio sobre a tesão (ou a falta dela)
No outro dia estava a ver o Daniel Negreanu, grande jogador de poker, a dizer que havia momentos do jogo em que ele entrava in the zone. A mítica expressão que Michael Jordan representava na perfeição. Being in the zone era um estado transcendente. Um estado onde a concentração do atleta/equipa é tão forte que é uma concentração relaxada, onde tudo é fácil, onde tudo vai correr bem. Um género de força mental que, segundo Michael Jordan, fazia o cesto maior.
O que me custa no Benfica é que eu já não peço este estado de graça (desaparecido desde a noite de 14 de Maio de 1994). Eu já só pedia concentração competitiva, garra, querer. A que se viu no Dragão foi um bom exemplo, mas faltou-lhe killer instinct. Mas, sendo sério, quantos jogos nesta época se apresentou o Benfica como no Dragão? 4, 5 no máximo? E nos últimos anos?
O problema é que ao Benfica falta tesão a jogar. Tesão, porra. Uma palavra barata, para ser dita em conversas brejeiras. O Benfica é mole, é fraco psicologicamente, deixa-se abater. O Benfica comporta-se como uma equipa mimada a quem tudo tem de correr de feição (marcar primeiro e depois jogar em contra-ataque, esperar por um lance de bola parada..). Como se fossemos uns meninos ricos com o rei na barriga, a achar que tudo nos vai cair do céu.
Custa-me, aflige-me, envergonha-me até à ponta dos pés que o meu Benfica, o das camisolas berrantes, o que se canta nas bancadas que "nosso destino é o de vencer" não dê tudo num jogo como de ontem. Num jogo vital para a conquista do título, num jogo que independentemente disso vale o coração dos seus adeptos, o Benfica voltou a claudicar, a deixar-se ir sem lutar, como o menino que não quer brincar mais quando a brincadeira lhe começa a ser chata.
O Benfica não tem (mas devia, porra) que ganhar os derbies todos. Mas tem de meter o pé. Tem de lutar, tem de sangrar. Os jogadores têm de dar o que têm e o que não têm e se isso não chegar (o que pode acontecer), têm de chorar de impotência em campo, distribuir porrada, o que for.
Este Benfica é tão fraco emocionalmente que nem mau génio tem para mostrar que está chateado. Ao menos que fossemos o puto mimado que derruba o tabuleiro quando está a perder, sei lá. Mas não, a equipa baixa a cabeça e olha para o relógio para ver quanto falta para tudo aquilo acabar, com uma lágrima no canto do olho. Faz-me impressão que a equipa não tenha um olhar vivo, não tenha alma, não tenha nada. Não têm prazer nenhum, não desfrutam de jogar com a camisola mais linda do mundo, não a honram, não têm brio, nada.
Ao Benfica falta tesão, falta orgulho, falta jogar de cabeça levantada, sem complexos, sem medos. E isso não é uma coisa intermitente, cultiva-se, ganha-se.
Ontem percebi que estamos muito longe de estar in the zone. Tive vergonha que fosse aquele bando de meninos a vestir a camisola do meu clube.
O que me custa no Benfica é que eu já não peço este estado de graça (desaparecido desde a noite de 14 de Maio de 1994). Eu já só pedia concentração competitiva, garra, querer. A que se viu no Dragão foi um bom exemplo, mas faltou-lhe killer instinct. Mas, sendo sério, quantos jogos nesta época se apresentou o Benfica como no Dragão? 4, 5 no máximo? E nos últimos anos?
O problema é que ao Benfica falta tesão a jogar. Tesão, porra. Uma palavra barata, para ser dita em conversas brejeiras. O Benfica é mole, é fraco psicologicamente, deixa-se abater. O Benfica comporta-se como uma equipa mimada a quem tudo tem de correr de feição (marcar primeiro e depois jogar em contra-ataque, esperar por um lance de bola parada..). Como se fossemos uns meninos ricos com o rei na barriga, a achar que tudo nos vai cair do céu.
Custa-me, aflige-me, envergonha-me até à ponta dos pés que o meu Benfica, o das camisolas berrantes, o que se canta nas bancadas que "nosso destino é o de vencer" não dê tudo num jogo como de ontem. Num jogo vital para a conquista do título, num jogo que independentemente disso vale o coração dos seus adeptos, o Benfica voltou a claudicar, a deixar-se ir sem lutar, como o menino que não quer brincar mais quando a brincadeira lhe começa a ser chata.
O Benfica não tem (mas devia, porra) que ganhar os derbies todos. Mas tem de meter o pé. Tem de lutar, tem de sangrar. Os jogadores têm de dar o que têm e o que não têm e se isso não chegar (o que pode acontecer), têm de chorar de impotência em campo, distribuir porrada, o que for.
Este Benfica é tão fraco emocionalmente que nem mau génio tem para mostrar que está chateado. Ao menos que fossemos o puto mimado que derruba o tabuleiro quando está a perder, sei lá. Mas não, a equipa baixa a cabeça e olha para o relógio para ver quanto falta para tudo aquilo acabar, com uma lágrima no canto do olho. Faz-me impressão que a equipa não tenha um olhar vivo, não tenha alma, não tenha nada. Não têm prazer nenhum, não desfrutam de jogar com a camisola mais linda do mundo, não a honram, não têm brio, nada.
Ao Benfica falta tesão, falta orgulho, falta jogar de cabeça levantada, sem complexos, sem medos. E isso não é uma coisa intermitente, cultiva-se, ganha-se.
Ontem percebi que estamos muito longe de estar in the zone. Tive vergonha que fosse aquele bando de meninos a vestir a camisola do meu clube.