Mundialices II. Tenho saudades tuas, Itália 90
Porque gostas tu, um trappatonista, do Brasil?
Não consegui responder. Fiquei a pensar mesmo muito. E depois, o Lupin IV respondeu-me nos comentários do post anterior.
O que acontece é que o Itália 90 marcou-me. Acho que são as minhas primeiras memórias futebolísticas. E aí, gostava do Brasil por causa dos jogadores do Benfica. Valdo, Ricardo Gomes, Mozer... E a coisa ficou. E depois a Itália. A do "Totto", do Baggio divino a fazer aquele golão à Checoslováquia e do Maldini puto.
Aquele Mundial foi mítico e não me interessa o que dizem os críticos. As meias finais épicas, com aquele toque de ironia de Maradona a bater a selecção no seu estádio e a dividir os napolitanos. Havia um louro de cabelos longos, rápido e venenoso que se riu quando o Brasil foi eliminado (e quando fez Walter Zenga sofrer o primeiro golo daquele Mundial). E o Lineker (que o meu pai me disse nunca ter levado um amarelo) e as meias finais com a Alemanha, num jogo honesto, físico, com uma bola em cada poste em pleno prolongamento e aquela imagem do Gazza a chorar por levar o amarelo que o impediria de jogar a hipotética final.
Tudo foi genial e fiquei a amar futebol desde aí. O meu pai a rir com o penalty falhado pelo tripeiríssimo Timofte, a alegria dos Camarões e o Higuita a perder aquela bola para o Milla. Lembro-me de quase tudo. E tinha seis anos. Lembro-me do hattrick do Michel à Coreia, de um senhor chamado Michel Preud`Homme defender tudo e mais alguma coisa e das cuspidelas do Inter - Milan, versão selecções (nesse dia, aprendi que uma falta na linha da área era penalty. Marcou o Koeman! - e já agora, quem é que quando se lembra dos saltos do Brehme a festejar o golão nesse jogo não repara no Andreas Moller novíssimo?)
O guarda redes argentino (Goikotchea!) que defendia montes de penalties e que ficava com as mãos nos joelhos e quietíssimo antes dos adversários rematarem, o Ivkovic a defender o penalty do El Pibe e o Brolin a marcar um golo e a dar aquele salto a rodar.
Esse Mundial marcou-me tanto que hoje me faz confusão que Portugal participe mesmo num torneio daquela envergadura, que já não haja equipas tão míticas como aquelas e que o futebol tenha mudado tanto. Acho que é por isso que simpatizo com o Brasil (dos jogadores do Benfica), Itália (de Baggio, Giannini, Zenga, Bergamo, Maldini, Serena...) e Argentina (Caniggia e Maradona). Eu sei que é estúpido, mas era miúdo e gostava dos que jogavam bem.
No fim ganharam aqueles rapazes a quem não liguei desde o início do torneio e que puseram um defesa esquerdo a marcar o penalty decisivo da final com o pé direito. Aí, o meu pai citou Lineker e explicou-me que o futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha.
E mesmo assim, eu fiquei a adorar o jogo.
Não consegui responder. Fiquei a pensar mesmo muito. E depois, o Lupin IV respondeu-me nos comentários do post anterior.
O que acontece é que o Itália 90 marcou-me. Acho que são as minhas primeiras memórias futebolísticas. E aí, gostava do Brasil por causa dos jogadores do Benfica. Valdo, Ricardo Gomes, Mozer... E a coisa ficou. E depois a Itália. A do "Totto", do Baggio divino a fazer aquele golão à Checoslováquia e do Maldini puto.
Aquele Mundial foi mítico e não me interessa o que dizem os críticos. As meias finais épicas, com aquele toque de ironia de Maradona a bater a selecção no seu estádio e a dividir os napolitanos. Havia um louro de cabelos longos, rápido e venenoso que se riu quando o Brasil foi eliminado (e quando fez Walter Zenga sofrer o primeiro golo daquele Mundial). E o Lineker (que o meu pai me disse nunca ter levado um amarelo) e as meias finais com a Alemanha, num jogo honesto, físico, com uma bola em cada poste em pleno prolongamento e aquela imagem do Gazza a chorar por levar o amarelo que o impediria de jogar a hipotética final.
Tudo foi genial e fiquei a amar futebol desde aí. O meu pai a rir com o penalty falhado pelo tripeiríssimo Timofte, a alegria dos Camarões e o Higuita a perder aquela bola para o Milla. Lembro-me de quase tudo. E tinha seis anos. Lembro-me do hattrick do Michel à Coreia, de um senhor chamado Michel Preud`Homme defender tudo e mais alguma coisa e das cuspidelas do Inter - Milan, versão selecções (nesse dia, aprendi que uma falta na linha da área era penalty. Marcou o Koeman! - e já agora, quem é que quando se lembra dos saltos do Brehme a festejar o golão nesse jogo não repara no Andreas Moller novíssimo?)
O guarda redes argentino (Goikotchea!) que defendia montes de penalties e que ficava com as mãos nos joelhos e quietíssimo antes dos adversários rematarem, o Ivkovic a defender o penalty do El Pibe e o Brolin a marcar um golo e a dar aquele salto a rodar.
Esse Mundial marcou-me tanto que hoje me faz confusão que Portugal participe mesmo num torneio daquela envergadura, que já não haja equipas tão míticas como aquelas e que o futebol tenha mudado tanto. Acho que é por isso que simpatizo com o Brasil (dos jogadores do Benfica), Itália (de Baggio, Giannini, Zenga, Bergamo, Maldini, Serena...) e Argentina (Caniggia e Maradona). Eu sei que é estúpido, mas era miúdo e gostava dos que jogavam bem.
No fim ganharam aqueles rapazes a quem não liguei desde o início do torneio e que puseram um defesa esquerdo a marcar o penalty decisivo da final com o pé direito. Aí, o meu pai citou Lineker e explicou-me que o futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha.
E mesmo assim, eu fiquei a adorar o jogo.