Saturday, July 31, 2004

Benfica - Betis: "Há gajos em quem admiro a fé e a paciência"

Estava na praia e estava um tempo do caraças. Fui comer uma bifana a uma esplanada qualquer e encontrei um velho amigo, lagartão infecto, com quem sempre adorei discutir futebol.
O JM (inicias do meu amigo lagarto ;) ) e diz: "Então é este ano?"
- "Por mim eram todos! E vocês? O Peseiro chega ao Natal?"
- "Este ano é nosso. Logo à noite, vais à bola?" - pergunta com ar de gozo, com ar de quem já sabe a resposta.

- "Obviamente."
- "Porra....Há gajos em quem admiro a fé e a paciência. O que tu gastas com aqueles merdas."
- "Não é por eles. É pelo emblema."
- "Isso percebo melhor. Mas não tinha a tua paciência."
- "Isto não é para todos. Então até logo e boa praia!"~
- "Até logo!"

Fui à bola com o meu pai e o meu irmão. O meu pai é um Benfiquista doente e optei por ir sem ser com os DV para também por o vicio no corpo do meu irmão.

Perdemos 3-0 e até podiam ter sido mais. Um nojo de jogo. Foda-se, o que eu tive de gastar em latim para convencer o meu irmão que aquilo acontecia, era um amigável, se fosse a sério ganhávamos, bla, bla, bla....

Porra, que merda. Horas de viagem, caguei na praia e...isto.
Se voltava a ir? Claro. Senão não me elogiavam a paciência e a fé.

Benfica - Real Madrid: estamos de volta

É sempre bom estar de volta. Tinha saudades disto. Deste cheiro a futebol, da romaria dos adeptos, dos pais com os putos na mão, das barraquinhas, do bebâdo que canta sozinho enquanto os amigos se riem.
Sim, é só um amigável. Mas nós estamos cá. É a hora de reencontrar as mesmas caras de sempre, de analisar cada pormenor dos reforços, de rir e chorar com as histórias antigas, de dar palpites para quem nos vai sair na Champions.

Não cantámos muito. Não havia adrenalina nem pica. Lá saía um brilhinho nos olhos de um Ultra ou outro quando a curva animada, mas nada de especial.
Podíamos estar na praia ou numa festa, mas não, preferimos estar aqui. Preferimos o emblema, o vermelho vivo, o "Y viva Camacho!..." . E não vale a pena convencerem-nos que queremos outra coisa. Ou que devíamos querer outra coisa. O que eu quero é este cheiro, é ver as camisolas berrantes, as faixas postas nos lugares de sempre.


Matei as saudades líricas. Que comece a bola a rolar que eu não aguento esperar mais....