Thursday, April 28, 2005

Estoril - Benfica: Guerra é guerra

Tenho caído num erro constante: quando estou a fazer contas para o fim do campeonato (facto que ocupa o meu cérebro na maior parte do tempo) digo as coisas muito rápido. Por exemplo, antes do jogo com o Estoril dizia muito rápido: "Ganhamos com o Estoril e ficamos com 3 de avanço sobre os lagartos...". Ora, dito assim, parece facílimo. Pior é no campo. Acontece que a mesma equipa que levou com leviandade 5 em alvalade (assistência do Amoreirinha para o Liedson como gesto técnico do ano) entrou em campo com o espírito boavisteiro ao máximo. (Atenção: eu não quero que as equipas não corram contra o SLB, só acho que devem é aplicar-se SEMPRE.) O que se passou então no Algarve, foi uma batalha (muito mérito para o defesa esquerdo canarinho que mesmo com duas entradas por trás aos 10 minutos e 10 faltas não foi expulso) que me tirou para aí 5 anos de vida com tanta nervoseira.
O jogo deu-me a sensação de ter durado 90 anos. Tudo era discutido, tudo era luta, bola para o ar, porrada, falta, GOOO....Aaaaahhhh!!!, nunca mais marcamos, CARTÃO!!! E O CARTÃO??!!?!?....
Enfim, só de escrever fico nervoso outra vez.
E desde o jogo com o Gil que é isto. As equipas chegam, metem-se na retranca e de súbito parece que estão na final do Campeonato do Mundo a defender um 1-0 que ninguém viu. E vai ser assim até ao fim. Sábado, o Belenenses entrará na Luz como se o campeonato deles ainda estivesse em jogo e correr como nunca. Mas sabem que mais? Para se ser campeão há que enfrentar isto. Correr ainda mais do que a outra equipa toda junta. E sofrer. Sofrer e sofrer. Porque sem luta, sem guerra, sem batalhas como a do Estoril, o título nem saberá ao mesmo. E quem não passa por batalhas como a do Estoril, também não pode ser Campeão.

Lamento que já não consiga escrever neste blog falendo apenas das vivências de adepto e agora passe a vida a analisar o meu clube. Mas sabem que mais? Se isso é sinal que vamos ser campeões, esqueçam a vida de adepto para sempre.


(Melhor elogio de sempre ao Blog: "Quando leio este blog, quase percebo porque é que há Benfiquistas." C., Tripeira Anti-Benfiquista (isto é como dizer "descer para baixo...) Um beijinho e obrigado C.!)

Sunday, April 24, 2005

Estrela - Benfica: Rumo ao Jamor!

Se no ano passado a Taça representava tudo para nós (porque o campeonato se afigurou desde muito cedo impossível e era o destino regressarmos aos títulos no ano do Centenário e do Fehér), admitamos que este ano, a nossa cabeça está (felizmente) no título. Não que eu não queira a Taça, mas não há comparação possível com o que eu quero ganhar o campeonato.
O que se passou no meu estado de espírito na Amadora foi então, um óptimo sinal da vida do meu clube. Eu estava-me a marimbar para a competição em si. Eu vi esta vitória como o recuperar da moral para o Campeonato, não como uma meia final da 2ª competição portuguesa.
Acho que é nestas obsessões. nas superstições e nas teorias de conspiração que se revela o nosso fanatismo. Eu vi nesta vitória o recuperar da moral para as nossas tropas, um eminentíssimo Benfiquista meu parente disse-me estar preocupado pelo facto do Boavista não ir à final connosco porque "em caso de necessidade combinávamos dar-lhes a Taça em troca do último jogo do campeonato!" e um grande amigo meu (e grande Benfiquista) jurou não ver mais nenhum jogo até ao fim da época por se ter apercebido com o jogo da Amadora que ganhamos sempre que ele não vê o jogo e não o fazemos quando ele os vê.
Acabámos foi os três a convergir no fim para feliz ideia de estarmos na Final da Taça outra vez. Acabámos, depois de cada um ter sofrido à sua maneira (era como vos dizia numa das crónicas anteirores, cada um atribui um significado metafísico qualquer para cada jogo do Mágico) por convergir no nosso fanatismo e devoção: o Benfica.
É um dos encantos da tribo da bola. A multiplicidade de formas de estar na bancada, no sofá, de sofrer, de apoiar, de acreditar em coisas inverosímeis e de no fim abraçar o companheiro do lado e cantar junto com ele.

Um abraço a toda a tribo da bola, independetemente da cor, e claro, a todos os Benfiquistas, independentemente da forma de apoiar e das superstições.

Tuesday, April 19, 2005

Benfica - Leiria: Sejamos Benfiquistas

O Benfica estar em primeiro dá sentido à nossa fé. É como, numa analogia que nem me parece exagerada, como se deus se revelasse a um religioso.
A questão é que nós que amamos o Benfica não precisamos disso. Óbvio que o queremos - queremos muito, ateus, acreditem - e é o que mais desejamos na vida. Mas somos demasiado crentes para precisar disso para amar o Benfica.
Amo tudo neste clube. Tudo. Até as derrotas que tanto odeio. Até os empates que detesto. Acabo sempre por atribuir-lhes um significado qualquer, como se o Benfica fosse sempre uma metáfora para a minha vida ou uma lição para a mesma. Amo as vénias quando os jogadores entram e amo estes traços de "personalidade" que parecem ter nascido com o emblema: a glória, a imponência da águia, o sofrimento inerente e todo o tipo de sentimentos contraditórios e, sobretudo, fortes.
Acho que depois do jogo de sábado temos todos o dever de nós sentarmos um bocado e pensarmos nisto: o que nós amamos o Benfica e o que isso representa para nós. Talvez tenha sido essa a minha desculpa para só escrever a crónica do jogo de sábado hoje. Enquanto remoía ideias sobre o que escrever, acabei por passar mais tempo a ver o que o Benfica significa para mim. E é muito, acreditem.
Daí que, mesmo depois de 5 pontos atirados ao ar em 2 jornadas, me tenha apercebido que a minha fé está incólume. Amo demais o vermelho, a Luz a cantar, a Luz em silêncio a sofrer e tudo o mais que rodeia o nosso clube (a nossa vida...) para sequer duvidar ou atirar a toalha ao chão.
É tempo de pensarmos na nossa fé. E ver que ela está acima de tudo. De pontos perdidos e de rivais a sorrir. Porque nós somos o Benfica. O Benfica. O inalcançável Benfica. E ainda para mais vamos em primeiro.
Agarremo-nos à nossa fé. Porque ela é o mais importante na nossa vida de adepto. E é essa fé que eu vou passar aos jogadores (aos que falham golos, aos que marcam, aos que estão em forma, aos que não estão...) até ao fim. Para ver o meu Benfica lá no alto.

Porque eu sou do Benfica, e isso me envaidece....

Tuesday, April 12, 2005

Rio Ave - Benfica: Que ninguém duvide!

Que ninguém duvide.
Não há tempo para lamentações ("...aquela bola do Simão..."), nem para depressões escusadas. Afinal, vamos em primeiro. Em PRIMEIRO.
No próximo sábado não pode haver medo nos olhos de ninguém. Não transmitam isso aos jogadores nem a vocês próprios, façam-nos e façam-vos esse favor.

Lembro-me de há 10 anos (eu, que também sou da geração que pode ver este ano o primeiro título da vida (quase) adulta), chegar também de viagem e termos perdido na Maia, com o Salgueiros, golo também marcado no fim, por um lagarto (que por ser um jogador bandeira deve ser odiosamente respeitado) chamado Sá Pinto. E sabem que mais? No fim da época o título foi morar para a Luz.
Coincidência? Tanta como o facto do SLB ganhar sempre que eu estou no estrangeiro e os lagartos perderem sempre no meu dia de anos... Portanto, fixemo-nos nestes factos científicos e no sábado cantemos com a alegria de ver o nosso emblema em primeiro.

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Faltar a dois jogos fez-me sentir saudades.
Saudades das caras do costume. Saudades do entusiasmo dos cânticos antes da equipa entrar. Saudades da vénia que os jogadores fazem no meio campo. Saudades do sofrimento. Saudades das superstições e das private jokes que temos com os amigos. Saudades de ver as camisolas berrantes. Saudades até - imagine-se! - das penosas viagens para Lisboa quando perdemos, todos rebentados, a perguntarmo-nos porque é que andamos nesta vida. Saudades de chegar a casa, cansadíssimo, orgulhoso por ter cumprido a minha parte. Saudades de bola.

FORÇA MÁGICO BENFICA!