Friday, November 19, 2004

Eu, anti-Figo, me confesso....

Não suporto o Figo. Detesto-o mesmo.
Primeiro porque sempre apagou o meu/nosso Rui Costa, sendo sempre - incompreensivelmente - considerado melhor que o mágico 10. O exemplo mais rídiculo de sempre é o Portugal - Inglaterra do Euro2000 em que Figo faz um golo DE MERDA - é preciso ser um idiota chapado para não ver que se a bola não tivesse batido na perna do Tony Adams era um lance onde Portugal inteiro gritaria: "Mas tu és burro ou quê?" - e o Riu Costa pura e simplesmente faz um jogo lindo a controlar o meio campo, com duas assistências incluídas, e em que toda a imprensa portuguesa se babou com o número 7.
Atenção, não nego que Figo tenha sido um grandíssimo jogador, mas como li algures: "Quem gosta de futebol prefere o Figo. Quem percebe de futebol prefere o Rui Costa." Mas adiante que esta não é a razão principal.
A razão mor que me leva a detestar Luís Figo é este ser o símbolo de todos os mercenários. O maior de sempre.
Eu nem gosto do FC Bar$a. Nada mesmo. Mas o que Luís Figo fez é o futebol moderno no seu melhor. Um símbolo de um clube que se transfere para o maior rival. Assim, como se nada fosse.
Figo festejava os golos contra o Madrid como...Totti festeja contra a Lazio. Figo gritou, para uma multidão em delírio, em cima da varanda da Câmara Municipal de Barcelona: "Blancos llorones, saluden los campeones!". Figo foi - corrijam-me se estiver enganado - o primeiro capitão não-catalão do clube. Figo era Deus em Barcelona. Nessa altura, tinha-lhe o respeito que tenho a todos os jogadores que jogam com amor à camisola.
Mas Figo, afinal, é o pior dos mercenários. Sair do clube era mau, mas tolerável. Seria sempre bem recebido em Barcelona. Hoje, as ramblas são, para o "pesetero", um sonho.
Não argumentem que ele é profissional. Um jogador de futebol tem que saber e perceber que o jogo e os adeptos não se compadecem com a mercantilização que nos é imposta à força. Se Figo tivesse saído da Pepsi para a Coca-Cola ninguém lhe levaria a mal, porque na Pepsi ninguém usava a sua camisola nem ninguém cantava o seu nome... O futebol é muito mais do que isso e Figo não o percebeu.

Note-se que teria este ódio a outro jogador qualquer. Figo é o símbolo de todos eles, porque teve a traição mais mediática. Não queria o Jorge Costa no Benfica e se este viesse compreenderia a raiva dos azuis, além de nunca o conseguir identificar com a camisola da águia.

Esperemos que no sábado, em Barcelona, Figo tenha o tratamento que os mercenários como ele merecem. Para que Figo perceba, que nunca vai ter a maior honra de um jogador de futebol: ficar no coração dos adeptos.


Nota: a foto é de uma claque que eu simplesmente detesto...


1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Disculpa por no hablar portugués...

Figo no fue el primero no español en ser capitán..., antes fueron Kubala y Cruyff, pero nos mató, yo aún estoy dolido y hace mucho tiempo, es un excelente jugador, pero un mercenario.

Felicidades por tu blog, tu estilo y tus artículos, un abrazo desde Barcelona.

Obrigado !!

Joan Fontes.

1:37 PM  

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