Benfica - Oliveira do Bairro: a festa da Taça

Que mais pode uma pessoa querer depois de fazer um exame de manhã do que ir à Luz ver um jogo à tarde?
Depois de tanto tempo fechado em casa, a Luz pareceu-me mais vermelha que nunca. E, para gozo da minha nostalgia permanente, vi aquilo que só me lembro de ver no Domingo Desportivo: o sol a bater no relvado.
A tarde foi calma e festiva. A festa da Taça com os milhares dos adeptos do Oliveira do Bairro a fazerem mais festa do que os Benfiquistas que, ainda com um trauma jesualdano, desconfiam de todas estas pequenas equipas que chegam a fazerem-se de coitadinhas.
Dada a pouca pressão, permiti ao meu pessimismo himself, descontrair-se e observar os pequenos pormenores mágicos que só num dia destes podem acontecer. Para já, a primeira parte do Kikin. Bem, o rapaz é esforçado, vê-se que quer mesmo agradar, a malta agradece-lhe isso, mas pronto, não dá mais. Chegámos a suspeitar de uma goleada por oito em que ele não marcasse. E o lance em que o Kikin sozinho, sem ninguém à volta, tropeça na bola sozinho é um monumento a todos os cepos esforçados. Para cúmulo dos paternalismos, os sócios da central levantaram-se a aplaudi-lo.
Depois, o guarda redes do Oliveira do Bairro, que me cheirou a lagarto ao longe logo quando o vi aquecer. Enquanto treinadores levavam filhos e alguns jogadores faziam adeus para a bancada, o keeper parecia ter entrado numa espiral diferente, pronto para fazer a exibição da sua vida. Em cada bola que defendia no aquecimento, atirava-se para o chão e ficava uns bons segundos com a mesma na mão. Parecia a final do Campeonato do Mundo.
Por último, uma entrada com o pé direito dos Diabos, que levantaram uma frase para um jogador que eu não conhecia. Um momento hilariante, que dará piadas até os Diabos acabarem.


Um abraço ao D., que foi hoje tio. É pena que o miúdo não tenha nascido antes da madrugada para ser num dia de uma vitória Benfiquista, mas uma alegria atlética também me parece uma boa premonição de Benfiquismo.